Somos capazes de identificar nossas emoções e sermos cientes do que estamos sentindo para poder agir diante dos fatos da vida?
Se nós adultos temos tanta dificuldade em reconhecer nossas emoções e organizá-las para não deixar que nem o caos, nem o vazio nos façam reféns e nos levem a reações desproporcionais e desmedidas, esperar que crianças, adolescentes e jovens já estejam prontos para lidar com as emoções é pedir demais, é querer deles aquilo que nem nós somos capazes, muitas vezes, de fazer.
Tanta violência, principalmente as que tomaram conta dos nossos pensamentos e dos nossos corações nos últimos meses, gerando medo e angústia em pais, educadores e gestores escolares pelo Brasil afora, precisa ser olhada com muita atenção e, com o real desejo de buscar compreender suas raízes e, não simplesmente tentar resolvê-las apenas com a repressão, mas também com ações preventivas.
Prevenção que passa por integrar a educação emocional à formação cognitiva de alunos, como acontece no Projeto Trilhas do Ser, desenvolvido no âmbito do convênio entre a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape-UFG) e a Emosciência, que sob a Coordenação do Professor-Doutor e pesquisador Elson Silva desenvolveu uma coletânea de livros, para crianças de 6 a 14 anos, voltados para integrar o aprendizado dos sentimentos a formação cognitiva, além de Guia para Professores e Guia para Familiares.
O projeto de educação socioemocional é uma ferramenta para que as escolas brasileiras atinjam o objetivo de desenvolver as competências socioemocionais nos estudantes, estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A metodologia Trilhas do Ser foi desenvolvida pensando nos educadores, preparando-os para formar crianças e adolescentes que respeitem as diferenças, tenham empatia e que conheçam e saibam lidar com suas emoções.
O amor é o principal ingrediente para que a violência não se espalhe cada vez mais, educar para uma cultura de paz, passa por amor ao próximo, olhando para seus desafios e, juntos buscando formas de acolher e solucionar, nunca por excluir e abandonar.
A Educação Socioemocional aliada às demais políticas de combate à violência pode contribuir, em uma sociedade já adoecida e ainda tentando se recuperar dos efeitos danosos da Covid-19, para a construção de ambientes escolares mais saudáveis.
Mariza Soares
Terapeuta Cabalista. Co-criadora do Projeto Trilhas do Ser – Educação Socioemocional
Mãe de um adolescente estudante. Mestre em Gestão Pública.